2010
A principal atracção deste percurso é a visita ao denominado Castelo Velho de Safara ou Castro de Safareja, um importante povoado amuralhado com ocupação humana entre os séculos X e V a.C, ao qual se julga estar associado um queimador votivo da Idade do Ferro, o thymiatherion, (cerca do século VII a.C.), actualmente guardado no Museu Nacional de Arqueologia. Este sítio arqueológico situa-se sobre um esporão rochoso que domina a confluência da ribeira de Safareja com o rio Ardila, naquela que constitui uma das vistas panorâmicas mais deslumbrantes do concelho de Moura. Durante a digressão houve ainda oportunidade para conhecer a “ponte romana” sobre a ribeira de Safareja, espreitar a ermida e o moinho de água de Santa Marina e “mergulhar” num dos mais fantásticos trechos do Ardila. A arqueóloga Teresa Ramos, com trabalhos académicos realizados sobre o Castelo Velho de Safara, foi a cicerone deste passeio.
Distância_12 km
Percurso Circular
Cota Máx_214 m
Cota Mín_117 m
Local e Horário de Partida_Safara (Praça 25 de Abril, junto à Igreja Paroquial)_10.00 h
2011
No fim-de-semana de 22 e 23 de Janeiro de 2011, as crianças de Safara tiveram a oportunidade de participar numa actividade diferente: um teatro de sombras. Da construção dos fantoches até à representação em público, passando pela criação de uma pequena história, elas fizeram tudo!
Este ateliê foi dinamizado por uma jovem francesa, Anne Bonvoisin, que já tinham colaborado com a ADCMoura, em 2007, enquanto voluntária. Em Novembro de 2010 iniciou uma viagem pela Península Ibérica, espalhando sementes de criatividade pelo seu caminho.
O teatro de sombras é uma técnica de dramatização que terá sido inventada na China, segundo a lenda, no ano 121 pelo mago da corte do imperador Wu Ti. Este teria ordenado ao mago que trouxesse de volta a sua bailarina favorita que havia morrido. O mago teria então improvisado uma silhueta de mulher com a fina pele de um peixe, que pôs a dançar à frente de um lençol branco colocado contra a luz do sol.
Assim teria nascido o teatro de sombras. Desde então, a técnica espalhou-se pelo mundo inteiro, e é agora praticada correntemente.
As dez crianças safarenses que participaram no ateliê aprenderam pela prática como funciona um teatro de sombras. Iniciada com uma pequena história representando o propósito da viagem que a dinamizadora está a realizar, a actividade prosseguiu com a construção dos fantoches pelas crianças: desenhar uma personagem num pedaço de papelão, recortar a silhueta, acrescentar adereços tais como cabelos, roupas ou outros pormenores (a cenoura do coelhinho, o osso do cão), fixar o pau que permitirá manusear o fantoche, e pronto! As crianças puseram a sua imaginação a trabalhar, o que deu como resultado uns fantoches muito engraçados, cheios de cor e alegria.
A segunda parte do ateliê consistiu na dramatização de uma história pelas crianças. Inventaram a continuação da peça apresentada pelos monitores no início do ateliê. Todos em conjunto deram vida às suas personagens, acrescentaram um pouco de magia e humor, descobriram a arte de representar sem serem vistos.
E foi com muito entusiasmo que voltaram no domingo à Casa da Moagem para preparar e encenar o seu espectáculo. À frente de um público composto por cerca de 20 pessoas, apresentaram a história da procura do Sol: várias personagens, vindas do mundo inteiro, encontram-se em Safara na busca do Sol que desapareceu dos seus lugares de vida. São acolhidos pelo coelhinho, muito aflito, porque em Safara também o sol desapareceu… Todos juntos, iniciam a sua viagem à procura do Sol, que descobrirão em breve seguindo um lindo arco-íris. Só falta espantar as nuvens, o que não representa grande dificuldade para as nossas personagens: aliando o sopro de todos, o vento levantado não deixa hipótese ao nevoeiro!
E eis o resultado de um rico fim-de-semana em Safara: uma lição de solidariedade, boa disposição e imaginação, umas boas recordações, a aprendizagem de novas técnicas e uma experiência de palco para as crianças!
2012
A ADCMoura promoveu entre 16 e 20 de Abril, no concelho de Moura, um workshop denominado “Action for interculturalism: ‘Roma comunities’ inclusion in rural areas”, financiado pelo programa Grundtvig e que contou com a participação de dezasseis técnicos de oito países europeus (Itália, França, Grécia, Polónia, República Checa, Alemanha, Noruega e Portugal) que trabalham na área da interculturalidade e da integração social e educativa das comunidades ciganas.
No dia 16 de Abril, no âmbito do acolhimento dos participantes e do contacto com a realidade local, o grupo passou pelo Centro de Artesanato e Cultura para ouvir algumas modas magnificamente cantadas pelo Grupo Coral Feminino de Safara.
2012
A ADCMoura participou, entre 5 e 8 de Setembro, na XVª edição da Semana Cultural de Safara, cabendo-lhe a organização da exposição “Safara – terra de artesãos”, patente nas instalações do Centro de Artesanato e Cultura.
A acompanhar a mostra e venda de objectos artesanais, dos cestos de “burrico” às cadeiras de buinho, passando pelos trabalhos em pele, cortiça, metal e tecido, foi apresentado um levantamento de fotografias e de histórias de vida dos próprios artesãos que encantou as muitas centenas de pessoas que visitaram a exposição e que será brevemente objecto de publicação.
Esta exposição é um dos 20 eventos planeados ao longo do ano de 2013 para comemorar publicamente o 20º aniversário da ADCMoura, significando ao mesmo tempo a celebração de 15 anos de trabalho dedicados à promoção do artesanato da aldeia.
A este propósito, foi produzido o seguinte texto, que abria a exposição:
A ADCMoura – Associação para o Desenvolvimento do Concelho de Moura cumpre este ano o seu 20º aniversário.
Ao longo destas duas décadas de existência, a ADCMoura orgulha-se de ter contribuído amplamente, através de projectos de inovação social, para a criação directa e indirecta de emprego e rendimento na região, a ampliação do acesso das populações e organizações do território a formação, informação e apoios financeiros e técnicos, a promoção e valorização dos recursos e da identidade locais, interna e externamente.
No contexto das novas oportunidades de desenvolvimento que hoje se perspectivam para o mundo rural, os recursos naturais e culturais são cada vez mais encarados como um factor-chave do desenvolvimento sustentável dos territórios. Ciente das potencialidades do concelho de Moura a este nível, a ADCMoura tem desenvolvido e previsto diversas iniciativas de carácter inovador onde se procura destacar a riqueza e diversidade do património natural e cultural existente e a sua importância no desenvolvimento de actividades económicas susceptíveis de gerar valor acrescentado e criar emprego e actividades, sem perder de vista o reforço da identidade cultural local e a melhoria da qualidade de vida das populações.
A este respeito convém destacar o capital de experiência e de conhecimento acumulado pela ADCMoura na dinamização das artes e ofícios tradicionais do concelho de Moura, e muito em especial da freguesia de Safara, quer ao nível da investigação, formação e associativismo, quer ao nível da assistência técnica, marketing e comercialização, com impacto no desenvolvimento sócio-comunitário, criação de emprego, geração de rendimentos e sustentabilidade, mas também enquanto parte de uma estratégia de marketing territorial e de promoção turística do território.
A recente criação do Centro de Artesanato e Cultura de Safara representa um passo mais na consolidação desta estratégia integrada. Pretende-se, com este equipamento, a dinamização múltipla das artes e ofícios e de outras actividades tradicionais e/ou emergentes baseadas no aproveitamento sustentável e inovador dos recursos do território, designadamente através da organização de ateliês formativos, de iniciativas pedagógicas direccionadas para as escolas, da criação de um pólo de actividades artesanais, com partilha de espaços e equipamentos e prestação de informação e tutoria especializada, em articulação com diversos organismos e programas de apoio, com destaque para o PRATA, e ainda de eventos de mostra e venda de produtos como o que agora se apresenta, e que é o resultado da participação de várias entidades, com destaque para os próprios artesãos e artesãs de Safara.
Enquanto visitante, obrigado também pela sua participação!
2013
A ADCMoura participou, entre 5 e 8 de Setembro, na XVª edição da Semana Cultural de Safara, cabendo-lhe a organização do peddy-paper “À descoberta da aldeia branquinha”, que teve lugar no dia 6, utilizando como roteiro o principal eixo viário da aldeia, entre a Achada de São Sebastião e o Largo das Ameias.
Tratou-se de um percurso de interpretação que concitou a atenção sobretudo dos mais novos, num convite à descoberta de elementos do património edificado e da história da aldeia de uma forma lúdica.
Uma das etapas do percurso, com os respectivos enigmas e perguntas, era dedicada à exposição sobre o artesanato da aldeia patente no Centro de Artesanato e Cultura de Safara.
No final, todos os elementos das equipas vencedoras receberam “vouchers” para serem trocados por produtos no comércio local, uma forma de apoiar a economia da aldeia que foi muito bem acolhida pelos comerciantes.